quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Quem mexeu no meu pão?

Quando eu comecei a escrever este post, já dei logo o título: "quem mexeu no meu pão?". A ideia era contar que a nutricionista tinha me passado um programa alimentar que começava com 14 dias sem carboidrato at all e, ao mesmo tempo, zuar um pouco aquele livro de auto-ajuda de nome similar.

Aí eu resolvi dar um Google básico para saber do que se tratava o tal "Quem mexeu no meu queijo?". Pelo que li, é o seguinte: dois homens e dois ratos vão sempre ao mesmo lugar pegar queijo. Um dia o queijo daquele lugar acaba. Um dos ratos já se prepara para a mudança e o outro já começa a procurar queijo em outro lugar imediatamente. Os dois homens continuam procurando queijo no mesmo lugar, sem encontrar, até que um deles eventualmente decide procurar em outras paradas. O outro homem continua indo ao mesmo lugar forévis, sem encontrar queijo nenhum. Acho que é isso, mais ou menos. Aparentemente o livro é uma fábula sobre como as pessoas reagem (ou não reagem) às mudanças.

Vamos combinar que, pelo menos pelo que eu vi, é uma coisa bem bobinha, né? OK, eu já esperava um alto grau de tosquice. Mas todo mundo sabe que é assim mesmo. Todo mundo conhece alguém que, por exemplo, demora horrores para superar uma separação conjugal e outro que saiu andando sem nem olhar pra trás. Isso vale para tudo: mudança de emprego, perda de parentes e amigos, mudança de cidade, país e por aí vai.

Então vou usar a ideia tosca do livro igualmente tosco para contar o que vou contar.

Eu me consultei com uma nutricionista. Ela mediu, pesou, conversou etc. Depois foi embora dizendo que me mandaria o programa para a minha dieta. Eu fiquei ansiosíssima, imaginando mil e uma coisas. Todo mundo que faz dieta sabe o quanto isso toma conta da sua vida. Você tem que prestar atenção no que come, planejar o que vai comer nas próximas refeições e passa uma fome. Passa fome mesmo.

Agora, por exemplo, eu já consumi as 1500 calorias do dia, ainda são 20h42 e eu estou com fome. E isso me deixa puta, mal humorada, infeliz. Mas é isso aí. É a decisão entre ficar puta e deprimida agora, mas feliz amanhã com alguns gramas a menos, ou comer, ficar mais tranquila agora, mas acordar mais gorda amanhã e aí ficar puta e deprimida. Ou seja, a eterna luta entre o curto prazo e o longo prazo. A fábula da cigarra e da formiga.

Pois bem. Após uma semana de espera angustiante, a nutricionista passou o programa que fez pra mim. Vi o e-mail que ela mandou no meu celular, por volta da uma da madrugada. Quase caí da cama. O programa começa com duas semanas sem carboidrato, depois um dia de dieta líquida, mais duas semanas de uma dieta de transição, mais um dia de dieta líquida e, depois, uma terceira fase de 1500 calorias normal. Pela minha reação, já dá pra dizer que não sou o personagem lá do livro que aceita mudanças assim, de uma hora pra outra. Fiquei mal, deprimida, não conseguia dormir.

O programa inclui ainda um shake de proteína e vários fitoterápicos para acelerar o metabolismo. Para manter esse programa, eu ficaria R$ 600 mais pobre todo mês: R$ 200 do shake e R$ 400 dos remedinhos. Na boa, não tô podendo. Descobri que comer menos sai bem mais caro do que comer mais. As comidas de dieta são caras... Aí tem academia (mais R$ 150) e drenagem linfática (700 pilas por 10 sessões, que duram mais ou menos dois meses e meio, ou seja, 280 contos por mês). Precisa ser rico para emagrecer.

Bom, enfim, esse programa definitivamente não é pra mim. Exige tempo e dinheiro, justamente as duas coisas que eu menos tenho na vida. Por outro lado, não quero continuar como o sujeito burro lá do livro que continuava indo sempre ao mesmo lugar esperando um resultado diferente do obtido da última vez.

O problema é que não emagreço um grama há 11 dias, mesmo consumindo as mesmas 1500 calorias de antes e escapando da dieta ainda menos do que antes. Tem que manter a mente quieta e a espinha ereta pra não enlouquecer. Imaginei eu mesma duas explicações possíveis para essa parada: ou eu estou num dos famosos "platôs", o que eu acho meio cedo para acontecer, ou se deve à proximidade de um certo momento do mês, o que me parece mais provável, embora eu esteja achando um período de tempo muito longo para atribuir a estagnação somente a isso.

Conclusão? Não sei, não tenho nenhuma. Alguém tem uma conclusão para me vender? Pago bem. Mentira, pago mal, não tenho dinheiro nem pra fazer a dieta da nutricionista, que dirá para comprar conclusão. Bom, o que eu vou fazer? Esperar a bendita vir e ver se é disso que se trata. Se não for, vou apertar um pouco o cinto da dieta. Reduzir em umas 200 calorias por dia e cortar o álcool por uma semana, pra ver se engata de novo. Don't cry for me, Argentina!

Um comentário:

  1. Acho que vc poderia dar uma adaptada na dieta da moça. Acho que vc dá conta sim de 15 dias sem carboidrato, tenta...E agora a noite, p.e., come um tomate com sal, que não tem quase nada de caloria e o sal dá uma sensação de saciedade. E deixa pra lá as coisas caras. Pimenta tb acelera o metabolismo e é barato. Tabasco, etc. Eu acho que to engordando.

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