quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O desvio do meio

Tenho um pouco de preguiça de opiniões fortes. Acho que um pouco por ter estudado filosofia. Na filosofia muita gente entra em batalhas de vida ou morte por pontos de vista. Depois a época em Brasília também, com brigas sem fim acerca de política. Me deu uma preguiça. Tem gente que adora, né? Uma noite presenciei um acalorado debate sobre chuveiro elétrico versus chuveiro a gás. Quase acabou em briga. Morro de tédio.

Em geral as pessoas com opiniões muito fortes tendem a achar todo mundo que não pensa como elas uns verdadeiros idiotas, ignóbeis, ingênuos, marionetes do sistema e por aí vai. Não gosto de pensar assim dos outros, por isso curto buscar o caminho do meio. Nem sempre encontro, mas tô aí, na busca constante. Assim meio budista. Só não é totalmente budista pra não ser unilateral.

Hoje estava pensando nisso em relação à minha atitude como mãe. A pequena nasceu de cesárea. Não porque eu quisesse. Na verdade eu queria parto normal, mas eu pesava 113 kg e a Helena era um bebezão de 4 kg. O médico achou melhor não arriscar. Eu fiquei um pouco de bode na época, mas... Fui. E, na boa, que diferença fez? Jamais saberei, mas suspeito que pouca ou nenhuma.

Amamentei nos 5 meses em que fiquei de licença. Se eu disser que amava aquilo loucamente, serei uma mentirosa cara-de-pau, mas cumpri o papel sem reclamar (muito). Quando voltei a trabalhar, a gulosa conheceu a mamadeira e nunca mais quis saber de mim.

Ela chupou chupeta, mas aos 2 anos deu a chupeta pra fada, pegou seu presente e foi feliz assim. Hoje em dia ela come pirulito de vez em quando, dadinho, bombom e o açúcar que lhe fará feliz. A gente compensa tentando manter uma alimentação mais saudável durante a semana, escovando bem os dentes e monitorando o peso.

Eu não bato nela nunca, porque acho isso uma tremenda sacanagem, mas dou uns berros de vez em quando, porque também sou humana e altamente imperfeita. Acompanho o desempenho escolar, faço tudo o que a escola pede, vou às festinhas, mas não bato ponto na escola nem faço amizade com outras mães.

Enfim, sigo assim, no caminho do meio. Acreditem vocês ou não, isso não é muito comum. No universo das mães existem duas personas mais comuns: as mães naturebas, defensoras incondicionais do parto normal, natural, em casa, sling, que acham que o açúcar é o diabo em forma de calorias, brinquedo de madeira, festinha de criança com espetinho de pepino e por aí vai, e as mães super hype, com 3 babás de branco, motorista, enxoval em Miami, vaga garantida na escola bilíngue carésima, que deixam os filhos com as avós/babás nas férias para ter um momento a sós com o marido, fazer compras e por aí vai. Sacaram? Não estou falando mal de nenhuma delas, não quero polemizar, cada um sabe de si. Mas não me encaixo em nenhuma dessas categorias e fico isolada no meu suposto caminho do meio. O caminho do meio pode ser bem solitário.

Bom, mas vocês devem estar se perguntando o que tudo isso tem a ver com a minha dieta, tema deste blog (pelo menos dos últimos posts). O fato é que, quando eu comecei esta dieta, adotei a mesma linha de raciocínio: vou pelo caminho do meio. Adotei uma alimentação mais saudável, passei a comer menos, a contar as calorias e, uma vez por semana, abria espaço para aquilo que me fazia mais falta. Funcionou? Sim, por 20 dias. Depois parou de funcionar. Nesta última semana apertei um pouco mais o cinto e diminuí 200 calorias/dia. O ponteiro da balança nem se mexeu. Na verdade, se mexeu: para cima!!! Um quilo que havia sido suado na semana anterior.

É fato que eu não cumpri a promessa da semana anterior e tomei três latinhas de cerveja na sexta e três chopps no sábado. Pode ser isso, quem sabe... Mas a verdadeira verdade é que meu método do caminho do meio parou de funcionar há quase um mês. Surreal. Um nocaute pra mim.

O que fazer? Desistir? Não posso, né? Peso 110 kg, desistir não é uma opção, amigos. Preciso conseguir emagrecer por muitos motivos, mas o principal deles é porque eu QUERO. Então vou ouvir o que os outros têm a me dizer e não me apegar de forma irracional à minha opinião. E, neste caso, vou ouvir a nutricionista que consultei. A partir de segunda entro na dieta dela, sem carboidrato por 2 semanas. Semana que vem, se eu escrever coisas sem nexo, vocês já saberão que estou sofrendo da síndrome do no carbs. Até lá!

5 comentários:

  1. Ale, eu me acho uma pessoa de opinioes muito fortes, infelizmente, mas, nao sei bem o motivo, me transformei numa mae tambem do caminho, ou coluna, do meio, parafelicidade do Daniel.

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  2. Bom, vai uma opinião forte. Põe a porra da caminhada no esquema. Kkkk força aí.....

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  3. Hahaha! Isso aí, Minato! Momento para de viadagem, né?

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  4. Devagar e sempre. Sem pânico. E muito exercício físico. Bota uma música bem animada aí e dança feito as frenéticas por uma hora! Rsss

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  5. Cara amiga, o segredo é exercício, muito....

    Como não sou do “caminho do meio” sempre tive ódio de esteira, agora mudei de lado e sou um apaixonado por elas , esteira e musica, ajuda na ansiedade e no consumo de calorias das cervejas.
    Jurandir

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