quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Mais um mês, menos uns quilos

Pois é, o segundo mês da dieta chegou ao fim... Para quem não acreditava, aqui estou eu ainda, escrevendo religiosamente toda semana. Não tenho mais sofrimento nenhum para fazer a dieta. Já sei exatamente quantas calorias cada alimento vai me custar, já consigo dividir bem o dia para não morrer de fome à noite, já sei o que comprar no supermercado e, quando eu decido estourar o limite do dia, faço isso conscientemente.

Também não tenho mais fissura por quase nada. Pontualmente algo me vem à mente, como no final de semana passado, em que eu estava passeando à tarde com a pequena família e fiquei pensando no quanto um café e uma fationa generosa de cheesecake me fariam feliz. Mas até esse pensamento passou.

Os meus pontos fracos continuam sendo os mesmos que vocês lêem aqui (ou não lêem, whatever) toda semana: o álcool da sexta e os exercícios. Continuam os mesmos, assim como os meus cabelos (quem entender a piada entrega a idade.Quem não é matusalém como eu pode ver o vídeo dessa propaganda antiga aqui).

O melhor conselho que recebi a respeito disso foi de um amigo do trampo que deixou um comentário na semana passada em que ele dizia, basicamente: "Para de viadagem e caminha aí". Foi um bom conselho. Ainda não segui, mas admito que foi uma das coisas mais sensatas que ouvi ultimamente. Simples assim. Adoro esse jeito totalmente sem rodeios do universo masculino. Acho que é o melhor que o mundo masculino tem a oferecer (conceitualmente falando, é claro, porque obviamente existem outros atrativos nos homens que são bem menos abstratos).

Fevereiro se despede carregando 2,9 kg dos meus quilinhos. É menos do que em janeiro? Certamente. Bem menos. Por outro lado, eu passei 3 semanas sem ver o ponteiro da balança se mover. Dá um certo desespero. Por que não se move? Por quê? Por quêêêêêêêê???? Não sei. De verdade, não sei. Mas tenho algumas suspeitas. Uma delas é que toda essa confusão de peso, de engorda e emagrece, enlouqueceu meus  hormônios, coitados. Tudo ficou muito louco. Então toca eu ir lá fazer todos os exames de novo no sábado agora.

Mas o fato é que aqui o nome do jogo é persistência. Depois de 3 semanas sem perder um grama, só oscilando em torno do mesmo peso, voltei a emagrecer 1 kg por semana nas últimas duas semanas. Assim, tão sem explicação quanto quando parei de perder peso, voltei a emagrecer. Life is a mistery, man.

Só sei que hoje tudo o que importa é que eu acordei e fui trabalhar com uma calça que não cabia em mim há anos. Anos e anos. A calça tá até meio demodê, mas hoje ela me pareceu belíssima. Então eu sigo assim, tentando domar meus muitos defeitões.

Deixo vocês com a mesma foto comparativa do mês passado. A foto abaixo é aquela tirada no final do ano passado, com 115,6 kg. A outra foi tirada ontem, com 107,8 kg. OK, não dá pra ver muita diferença, porque os 8 kg eliminados ficam um pouco diluídos quando se leva em consideração os 55 kg totais que precisam sair do corpitcho, né? Bom, mas um passo de cada vez.



A minha primeira meta nessa dieta era exatamente 107,8 kg. Por que o número mágico? Era o que eu pesava na última dieta, que foi abortada quando minha vida deu uma degringolada e eu passei meses e meses num descontrole total, voltando a engordar tudo o que tinha emagrecido e um pouco mais. Então, pra mim, é como se esse fosse o ponto de onde eu deveria estar partindo agora, uma espécie de atraso que eu tinha que tirar. Maior viagem, eu sei, mas é a minha viagem. E, como o blog é meu, a dieta é minha, o corpo é meu e a loucura é minha, vou continuar achando que os 107,8 kg são a primeira pequena vitória pessoal. Para este projeto que é a dieta eu tive que deixar de lado o meu ceticismo habitual e vestir um traje de otimismo, porque sem otimismo, mermão, o ser humano não aguenta, não. As religiões estão aí mais fortes do que nunca para não me deixar mentir, ensinando as pessoas a serem gratas até quando estão tomando chibatada no tronco. Saravá!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O desvio do meio

Tenho um pouco de preguiça de opiniões fortes. Acho que um pouco por ter estudado filosofia. Na filosofia muita gente entra em batalhas de vida ou morte por pontos de vista. Depois a época em Brasília também, com brigas sem fim acerca de política. Me deu uma preguiça. Tem gente que adora, né? Uma noite presenciei um acalorado debate sobre chuveiro elétrico versus chuveiro a gás. Quase acabou em briga. Morro de tédio.

Em geral as pessoas com opiniões muito fortes tendem a achar todo mundo que não pensa como elas uns verdadeiros idiotas, ignóbeis, ingênuos, marionetes do sistema e por aí vai. Não gosto de pensar assim dos outros, por isso curto buscar o caminho do meio. Nem sempre encontro, mas tô aí, na busca constante. Assim meio budista. Só não é totalmente budista pra não ser unilateral.

Hoje estava pensando nisso em relação à minha atitude como mãe. A pequena nasceu de cesárea. Não porque eu quisesse. Na verdade eu queria parto normal, mas eu pesava 113 kg e a Helena era um bebezão de 4 kg. O médico achou melhor não arriscar. Eu fiquei um pouco de bode na época, mas... Fui. E, na boa, que diferença fez? Jamais saberei, mas suspeito que pouca ou nenhuma.

Amamentei nos 5 meses em que fiquei de licença. Se eu disser que amava aquilo loucamente, serei uma mentirosa cara-de-pau, mas cumpri o papel sem reclamar (muito). Quando voltei a trabalhar, a gulosa conheceu a mamadeira e nunca mais quis saber de mim.

Ela chupou chupeta, mas aos 2 anos deu a chupeta pra fada, pegou seu presente e foi feliz assim. Hoje em dia ela come pirulito de vez em quando, dadinho, bombom e o açúcar que lhe fará feliz. A gente compensa tentando manter uma alimentação mais saudável durante a semana, escovando bem os dentes e monitorando o peso.

Eu não bato nela nunca, porque acho isso uma tremenda sacanagem, mas dou uns berros de vez em quando, porque também sou humana e altamente imperfeita. Acompanho o desempenho escolar, faço tudo o que a escola pede, vou às festinhas, mas não bato ponto na escola nem faço amizade com outras mães.

Enfim, sigo assim, no caminho do meio. Acreditem vocês ou não, isso não é muito comum. No universo das mães existem duas personas mais comuns: as mães naturebas, defensoras incondicionais do parto normal, natural, em casa, sling, que acham que o açúcar é o diabo em forma de calorias, brinquedo de madeira, festinha de criança com espetinho de pepino e por aí vai, e as mães super hype, com 3 babás de branco, motorista, enxoval em Miami, vaga garantida na escola bilíngue carésima, que deixam os filhos com as avós/babás nas férias para ter um momento a sós com o marido, fazer compras e por aí vai. Sacaram? Não estou falando mal de nenhuma delas, não quero polemizar, cada um sabe de si. Mas não me encaixo em nenhuma dessas categorias e fico isolada no meu suposto caminho do meio. O caminho do meio pode ser bem solitário.

Bom, mas vocês devem estar se perguntando o que tudo isso tem a ver com a minha dieta, tema deste blog (pelo menos dos últimos posts). O fato é que, quando eu comecei esta dieta, adotei a mesma linha de raciocínio: vou pelo caminho do meio. Adotei uma alimentação mais saudável, passei a comer menos, a contar as calorias e, uma vez por semana, abria espaço para aquilo que me fazia mais falta. Funcionou? Sim, por 20 dias. Depois parou de funcionar. Nesta última semana apertei um pouco mais o cinto e diminuí 200 calorias/dia. O ponteiro da balança nem se mexeu. Na verdade, se mexeu: para cima!!! Um quilo que havia sido suado na semana anterior.

É fato que eu não cumpri a promessa da semana anterior e tomei três latinhas de cerveja na sexta e três chopps no sábado. Pode ser isso, quem sabe... Mas a verdadeira verdade é que meu método do caminho do meio parou de funcionar há quase um mês. Surreal. Um nocaute pra mim.

O que fazer? Desistir? Não posso, né? Peso 110 kg, desistir não é uma opção, amigos. Preciso conseguir emagrecer por muitos motivos, mas o principal deles é porque eu QUERO. Então vou ouvir o que os outros têm a me dizer e não me apegar de forma irracional à minha opinião. E, neste caso, vou ouvir a nutricionista que consultei. A partir de segunda entro na dieta dela, sem carboidrato por 2 semanas. Semana que vem, se eu escrever coisas sem nexo, vocês já saberão que estou sofrendo da síndrome do no carbs. Até lá!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Apertando os parafusos

Fui comprar uma calça jeans, já que a ÚNICA que eu tinha furou. E, por motivos óbvios, não estou a fim de fazer um grande guarda-roupa no momento. Então fui em busca de uma nova calça jeans. Descobri que a Marisa tem uma seção de tamanhos grandes. A gordura é uma questão social também. No bairro onde fica o meu trabalho, em que predominam as classes A e B, tem pouco gordo, assim como tem pouco fumante. Já onde eu moro, que tem de tudo, inclusive classe C e talvez D, tem bastante gordo (e bastante fumante).

Então faz todo sentido para uma loja como a Marisa ter uma seção de roupas grandes, atinge bem o seu público-alvo. E, como também pelos mesmos motivos óbvios eu não quero gastar uma super grana com roupa no momento, lá fui eu atrás da minha calça jeans de transição. Não encontrei. Mas comprei uma calça preta legalzinha e uma bermuda jeans. E fiquei feliz por ter diminuído um número.

Apenas uma nota mental aqui: quando for comprar roupas para si, vá sozinha, Alessandra Milanez. A minha companhia conseguiu, com apenas algumas poucas palavras, acabar com a minha felicidade de ter diminuído um número de roupa. Eu estava lá, toda feliz olhando as coisas e qualquer peça em que eu me detivesse um pouco mais, ela dizia: "não, isso vai te fazer parecer ainda maior, vai ficar gigante". E, quando eu contei que tinha passado do número 54 para o 52, ela falou: "Nossa!". Ninguém que está tentando se manter feliz e positiva precisa de comentários desse tipo por perto, né? Portanto agora só compro roupa quando estiver sozinha.

Bom, o ponteiro da balança finalmente se mexeu um pouquinho nesta semana e eu emagreci 600 g. Sim, eu sei, é pouco, mas fazia 20 dias que ele só oscilava no mesmo lugar, sem nunca chegar abaixo dos 110,7 kg. Durante esta semana bateu 109,7 kg, mas depois subiu de novo e ficou no 110,1 kg.

Durante o Carnaval eu cedi às tentações do álcool duas vezes: na sexta-feira e ontem. Foi o  Carnaval menos etílico da minha vida, mas mesmo assim ainda foi muito para quem tinha se planejado beber um dia só. No próximo final de semana não vou beber nenhum dia. Ouviram? Nenhum dia. OUVIRAM? NENHUM DIAZINHO!!!

Quanto à dieta, vou usar uma expressão cara a um lugar que frequento todos os dias úteis, das 9h às 18h, na melhor das hipóteses: o que me trouxe até aqui não vai me levar onde quero chegar. Está claro que as 1500 calorias não são mais suficientes para me fazer emagrecer. Meu corpo espertão já aprendeu a armazenar energia com menos, o que seria muito útil se eu fosse um náufrago numa ilha deserta, mas aqui, na cidade, com toda essa fartura de comida, é apenas um obstáculo pentelho a ser vencido. 

Chegou a hora de dar mais uma volta no parafuso, que nem quando a gente usa aparelho nos dentes e vai uma vez por mês para a sessão de tortura com o dentista, sabe? Acho que agora meu corpo já está mais acostumado com a vida de dieta e eu não vou sofrer tanto quanto sofri há um mês e meio, quando comecei o regime. Bom, pelo menos assim espero. Então vou reduzir para 1300 calorias/dia. Não parece muito, não é? Mas é. Em uma semana, são 1400 calorias a menos, ou um dia inteiro de comida. Ou, para os meus amigos bebuns de plantão que gostam de fazer as contas em cerveja, é o equivalente a 9 latinhas de cerveja. Nada mau, né? Começa agora! Torçam para que dê resultado, porque senão vou ter que entrar na bendita dieta sem carboidratos por 15 dias. Morro de medo!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Quem mexeu no meu pão?

Quando eu comecei a escrever este post, já dei logo o título: "quem mexeu no meu pão?". A ideia era contar que a nutricionista tinha me passado um programa alimentar que começava com 14 dias sem carboidrato at all e, ao mesmo tempo, zuar um pouco aquele livro de auto-ajuda de nome similar.

Aí eu resolvi dar um Google básico para saber do que se tratava o tal "Quem mexeu no meu queijo?". Pelo que li, é o seguinte: dois homens e dois ratos vão sempre ao mesmo lugar pegar queijo. Um dia o queijo daquele lugar acaba. Um dos ratos já se prepara para a mudança e o outro já começa a procurar queijo em outro lugar imediatamente. Os dois homens continuam procurando queijo no mesmo lugar, sem encontrar, até que um deles eventualmente decide procurar em outras paradas. O outro homem continua indo ao mesmo lugar forévis, sem encontrar queijo nenhum. Acho que é isso, mais ou menos. Aparentemente o livro é uma fábula sobre como as pessoas reagem (ou não reagem) às mudanças.

Vamos combinar que, pelo menos pelo que eu vi, é uma coisa bem bobinha, né? OK, eu já esperava um alto grau de tosquice. Mas todo mundo sabe que é assim mesmo. Todo mundo conhece alguém que, por exemplo, demora horrores para superar uma separação conjugal e outro que saiu andando sem nem olhar pra trás. Isso vale para tudo: mudança de emprego, perda de parentes e amigos, mudança de cidade, país e por aí vai.

Então vou usar a ideia tosca do livro igualmente tosco para contar o que vou contar.

Eu me consultei com uma nutricionista. Ela mediu, pesou, conversou etc. Depois foi embora dizendo que me mandaria o programa para a minha dieta. Eu fiquei ansiosíssima, imaginando mil e uma coisas. Todo mundo que faz dieta sabe o quanto isso toma conta da sua vida. Você tem que prestar atenção no que come, planejar o que vai comer nas próximas refeições e passa uma fome. Passa fome mesmo.

Agora, por exemplo, eu já consumi as 1500 calorias do dia, ainda são 20h42 e eu estou com fome. E isso me deixa puta, mal humorada, infeliz. Mas é isso aí. É a decisão entre ficar puta e deprimida agora, mas feliz amanhã com alguns gramas a menos, ou comer, ficar mais tranquila agora, mas acordar mais gorda amanhã e aí ficar puta e deprimida. Ou seja, a eterna luta entre o curto prazo e o longo prazo. A fábula da cigarra e da formiga.

Pois bem. Após uma semana de espera angustiante, a nutricionista passou o programa que fez pra mim. Vi o e-mail que ela mandou no meu celular, por volta da uma da madrugada. Quase caí da cama. O programa começa com duas semanas sem carboidrato, depois um dia de dieta líquida, mais duas semanas de uma dieta de transição, mais um dia de dieta líquida e, depois, uma terceira fase de 1500 calorias normal. Pela minha reação, já dá pra dizer que não sou o personagem lá do livro que aceita mudanças assim, de uma hora pra outra. Fiquei mal, deprimida, não conseguia dormir.

O programa inclui ainda um shake de proteína e vários fitoterápicos para acelerar o metabolismo. Para manter esse programa, eu ficaria R$ 600 mais pobre todo mês: R$ 200 do shake e R$ 400 dos remedinhos. Na boa, não tô podendo. Descobri que comer menos sai bem mais caro do que comer mais. As comidas de dieta são caras... Aí tem academia (mais R$ 150) e drenagem linfática (700 pilas por 10 sessões, que duram mais ou menos dois meses e meio, ou seja, 280 contos por mês). Precisa ser rico para emagrecer.

Bom, enfim, esse programa definitivamente não é pra mim. Exige tempo e dinheiro, justamente as duas coisas que eu menos tenho na vida. Por outro lado, não quero continuar como o sujeito burro lá do livro que continuava indo sempre ao mesmo lugar esperando um resultado diferente do obtido da última vez.

O problema é que não emagreço um grama há 11 dias, mesmo consumindo as mesmas 1500 calorias de antes e escapando da dieta ainda menos do que antes. Tem que manter a mente quieta e a espinha ereta pra não enlouquecer. Imaginei eu mesma duas explicações possíveis para essa parada: ou eu estou num dos famosos "platôs", o que eu acho meio cedo para acontecer, ou se deve à proximidade de um certo momento do mês, o que me parece mais provável, embora eu esteja achando um período de tempo muito longo para atribuir a estagnação somente a isso.

Conclusão? Não sei, não tenho nenhuma. Alguém tem uma conclusão para me vender? Pago bem. Mentira, pago mal, não tenho dinheiro nem pra fazer a dieta da nutricionista, que dirá para comprar conclusão. Bom, o que eu vou fazer? Esperar a bendita vir e ver se é disso que se trata. Se não for, vou apertar um pouco o cinto da dieta. Reduzir em umas 200 calorias por dia e cortar o álcool por uma semana, pra ver se engata de novo. Don't cry for me, Argentina!