sábado, 12 de fevereiro de 2011

A vida pós-Fagner

Já faz tanto tempo que não escrevo que deu tempo do Fagner, meu peixe beta, morrer. Tudo bem, o tempo que se leva para morrer é de apenas um instante, ou seja, eu poderia ter escrito há 5 minutos e ele ter morrido nesse intervalo do mesmo jeito. Mas não foi o que aconteceu: fiquei um mês e meio sem dar as caras.

As desculpas são as mesmas de sempre: trabalho, filho, marido, estudos e, principalmente, o Wii novo que eu comprei e anda ocupando os poucos momentos livres (e às vezes os não livres também).

Mas, enfim, agora estou aqui, me dedicando especialmente aos meus leitores (leitora, no caso, já que eu mesma sou a única pessoa que eu conheço que dá uma lida nesse blog de vez em quando, o que é, de certa forma, libertador).

Então, como eu estava dizendo no último post, viemos para a crackolândia, o que me permite entrar no tema deste blog propriamente. A mudança, grande trauma da minha vida, até que foi tranquila: um móvel arranhado, uma afundadinha na geladeira, mas tudo dentro do aceitável considerando a relação custo/benefício (ainda pego quem inventou essa relação). Usei minha filha de escudo, me amoitei no apartamento da cunhada e deixei o marido com a bucha na mão, no bom sentido (ou mau sentido, ainda não tenho bem certeza).

Logo me deparei com as primeiras agruras decorrentes da decisão de dar um downgrade no estilo de vida: o prédio, construído no longínquo ano de 1965 (que minha irmã, nascida nesse ano, não leia este post), não tem interfone nem cabeamento. Isso acarreta, de cara, dois transtornos: o pirmeiro é que a visita já chega na minha porta, o que não me dá nem um tempinho para recolher a eterna bagunça da sala, que eu insisto em atribuir à minha filha, mas que, na verdade, tem a contribuição homogênea dos três membros desta familinha.

A segunda me levou a uma mudança de operadora, da NET (mais baratinha) para a SKY (mais carinha). Tirando o preço, ambas são impressionantemente iguais: saem do ar na hora da chuva, se embananam com as cobranças (e vêm para cima de você com tudo com as suas confusões) e têm um péééééssimo atendimento.

Mas, enfim, a casa foi montada com razoável rapidez, para os meus padrões caóticos, e logo era perfeitamente habitável.

Problemas domésticos resolvidos, logo comecei o reconhecimento do território. No meu segundo dia de moradora de carteirinha da crackolândia, voltava de táxi da pós e me deparei com uma horda de noias. Na minha frente, um camburão da polícia "tocava" os noias com o carro, jogando bombinhas de efeito moral. E eles iam de um lado para o outro, muitos e muitos noias. Me senti numa espécie de "O Rei do Gado" do mundo bizarro. Apavorei. Quase peguei joias (que eu não tenho) e documentos e voltei para a segurança do baixo Augusta (você vê que tudo é uma questão de base de comparação). Como isso era, obviamente, muito complicado, fiquei. E já faz um ano que estou aqui. Agora vem a mensagem edificante final: mesmo com todo lixo, todos os noias, todos os travecos (nada contra os travecos), o centrão tem lá seus encantos. E prometo mostrar pelo menos um de vez em quando, para não ganhar fama de ranzinza.