quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Mesmo blog, mais um tema

Desta vez a razão pela qual  fiquei sem postar durante meses não foi a falta de tempo. Foi pura falta de assunto mesmo. Para que eu não repetisse mais do mesmo (noias, lixo, degradação), teria que me dedicar ao assunto, pesquisar, andar mais pelo centro, de preferência munida de uma máquina fotográfica. E eu não vou fazer isso.

Ou até posso fazer, como fiz na última semaninha de férias, mas certamente não por causa do blog. Faria (ou farei) só porque é legal e porque adoro passear por lá. E postaria (ou postarei) aqui porque gosto de escrever minhas bobagens, mas não queria ter essa obrigação. Já tenho muitas obrigações das quais não posso me livrar para arrumar mais uma assim, de graça.

Dito isso, vou aproveitar este blog para lançar mais um tema: o da minha dieta. Todo ano eu, assim como outras zilhões de pessoas, estabeleço as minhas metas. E todo ano o item emagrecer está lá na lista. E sempre junto com tantas outras coisas: tirar a certificação XPTO, avançar na carreira, ajudar o marido a ajeitar a vida, fazer uma pós, comprar o apto, tirar habilitação, comprar um carro, reformar a sala, ler tantos livros, conhecer alguns lugares que ficam na minha mente e por aí vai. O resultado é que eu faço tudo (ou quase tudo), menos a bendita dieta. E assim sempre estou mais gorda no dia 31 de dezembro do que estava no dia 1º de janeiro do mesmo ano.

Assim, nesses últimos 10 anos, 55 kg entraram neste corpitcho. Ou mais uma de mim. Quem me conhece sabe que sempre fui gordinha. Fiz várias dietas (o clássico) e fiquei bem por alguns períodos. Depois engordo de novo. E mais do que antes (tb clássico).

Com uns 22 anos, eu cheguei a pesar 59 kg. Comecei a namorar um menino. Tinha um trabalho estressante e uma estrutura familiar desmoronando. Voltei a engordar. Quando estava com 86 kg, ele me deu um pé. Eu tinha 28 anos. Ele disse com todas as letras que não gostava de mulher gorda. Aí saiu pra comprar uma antena e nunca mais voltou. Eu sofri, sofri, sofri. Imagina, a pessoa te largar dizendo na sua cara que você tá gorda, que não gosta de mulher gorda e passar bem.

Isso me fez muito mal, mas também me fez muito bem. Obviamente fez mal porque terminou de detonar uma auto-estima que já não andava lá grande coisa (todo mundo que engorda sabe do que estou falando).

Por outro lado, fez muito bem, e em diversos sentidos. Primeiro, porque o cara não era grandes coisas e foi um favor que ele me fez saindo da minha vida, já que eu sou a pessoa mais resistente do mundo para terminar relacionamentos e tento, tento, tento e tento mesmo quando não tem mais o que sair dali.

Segundo porque tenho uma boa história para contar aos amigos, já que a última vez que nos vimos ele me pediu para comprar uma antena de TV (R$ 29,90, jamais me esquecerei) pra ele e foi a última coisa que fizemos juntos. É a versão antena do cara que sai pra comprar cigarros e nunca mais volta.

Em terceiro lugar, eu vivi uma fase muito feliz logo em seguida. Tinha um emprego relativamente light e tempo disponível. Fazia kung fu e dança contemporânea. Voltei pros 75 kg, estava me sentindo ótima. Aí... Mudei de emprego e conheci o futuro marido. O trabalho era puxadíssimo e relacionamentos estáveis têm um efeito terrível sobre o peso. O ponteiro foi pra 106 kg em 3 anos.

Para quem está cansado de ler (se é que alguém lê), aviso que a saga tá mais ou menos no fim.

Em 2007, engravidei. Com 106 kg. Entrei em pânico, pensando pra qual patamar isso me levaria. Segurei o que pude. Funcionou. Engordei só 7 kg durante a gestação. Ufa! Logo descobri que bebês são o melhor remédio que existe pra emagrecer. Voltei da licença-maternidade pesando 92 kg. Estava determinada a dar um gás pra continuar a emagrecer e chegar num peso de gente.

Deu certo? Claro que não, senão este post não existiria. Engordei mais e mais nos últimos 4 anos e meio. E cheguei onde estou agora: 115 kg. Obesidade mórbida. Essa sou eu aí embaixo, com a pequena e um cidadão no meio que não sei quem é.

E não dá mais, né? Não quero mais essa vida pra mim. E não tem saída fácil. Nem a cirurgia é uma saída fácil. Na verdade, acho que é a mais difícil. E não quero entrar na faca. Também não quero tomar remédio. Só sobrou uma saída: controlar a alimentação, fazer exercícios e tentar manter a mente em dia. Difícil bagarai.

Como eu só sei fazer uma coisa da vida, que é escrever (e ainda assim há controvérsias de que eu faça isso bem), resolvi fazer deste blog um diário da minha dieta. A ideia é que isso sirva quase como uma consulta mensal com a nutricionista, quando você se pesa, sabe? Você faz a dieta porque não quer passar vergonha naquele momento. Então esta é uma sessão pública de auto-flagelo.

Vocês podem ter certeza de que não é nada fácil escrever todos esses números aí em cima, que não eram conhecidos por ninguém, nem pelo marido, a pessoa de quem eu tenho menos vergonha no mundo. O bom é que eu sempre posso pensar que é melhor do que a situação do Ronaldo, que teve que se pesar em rede nacional. O downside é que ninguém quer pagar R$ 6 milhões para eu ficar no shape.

A proposta é a seguinte: eu vou postando aqui, contando como vai a dieta, avanços e recaídas. Ao final de cada mês, posto uma foto minha. A meta é eliminar 2 kg por mês, o que me parece bem factível. Se isso for alcançado, terminarei o ano com 91 kg. A meta final vai ser algo entre 60 kg e 70 kg, mas depois penso num número mais preciso. Vou lidar com a deste ano primeiro, porque tenho certeza de que os primeiros meses serão os mais difíceis e cruciais para o sucesso (ou fracasso) da empreitada.


Bom, desejo a mim mesma boa sorte.

5 comentários:

  1. Amei tudo, amo seus textos. Força aéeee!!!!

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  2. Achei um barato poder acompanhar sua dieta. A falta de cuidados com a alimentação e ausência completa de exercícios físicos, junto a mente atribulada, fez da minha saúde um caos. Em paralelo às flutuações, porradas ou mimos do mundo, pretendo substituir s tentativa de controlar o que me acontece por práticas que mudem minha atitude diante do que me acontece.
    Boa sorte na sua empreitada, determinação durante os próximos meses!

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    1. Incrível como é difícil voltar pro eixo qdo algo externo perturba a ordem, né?

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  3. é isso ai Ale... adorei seu post, acho que o mais importante vc ja fez, que é ter a consciência.. Agora é amuita paciencia e foco que logo vc vsi postar novas fotos e isso vai aumentar a auto estima a cada dia!!! Voce pode, voce consegue bjkas

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  4. Toca aqui. Dia 15/01 tenho consulta com um nutricionista tb. No final do ano, vamos postar nossas fotos da fio dental e taça de champagne na mão.

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